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Retrospectiva

A pandemia nos deu a sensação de que 2020 e 2021 foram anos quase gêmeos. A angústia das notícias das mortes e sequelas da COVID foram companheiras do nosso cotidiano. A falta de oxigênio no início de 2021 em Manaus nos tirou o ar. As notícias de hospitais lotados e profissionais exaustos nos deixavam apreensivos. Ao mesmo tempo, negacionistas insistiam que era tudo um exagero. Talvez tenham sido os anos que mais as pessoas acreditaram em mentiras e duvidaram de verdades. Fake news viraram série de sucesso. De mau gosto, diga-se de passagem. Apesar da Organização Mundial da Saúde, pesquisadores e técnicos competentes revelarem que certos medicamentos não estavam sendo efetivos, as farmácias continuavam vendendo como água. Escândalos como da Prevent Senior demonstram, claramente, que o mercado financeiro, muitas vezes, está acima do ser humano. Somando ao descaso por parte do governo com as vacinas, uso de máscara e distanciamento social, digamos que foi um período bem difícil.

A evidente queda nos números de contaminados, proporcional ao crescimento do número de vacinados, por si só, já deveria ser suficiente para que os negacionistas se convencessem dessa importante medida de saúde pública. É chocante, mas algumas pessoas sentem orgulho da sua ignorância e ainda a propagam. E quando se imagina que o Ministro da Saúde vai tomar uma atitude digna, ele claramente demonstra que prefere manter o seu cargo (qual deles mesmo?). Ao incentivar a não vacinação, importunar o planejamento quanto a execução do programa de imunização, intimidar os técnicos da ANVISA, o próprio presidente contribui para que o número de mortos e infectados aumente.

Entretanto, nem tudo está perdido: o Instituto Butantan de São Paulo anunciou a criação da primeira vacina brasileira contra a COVID-19. A vacinação avança e torcemos para que chegue a 100% da população o mais rápido possível. A FIOCRUZ também agiu rapidamente e foi um dos pilares na pesquisa da vacina.

Das imagens lindas de 2021, além da luta pela vida dos bravos profissionais da saúde, foi ver a Rebeca voltar com medalhas da olimpíada. É a clara demonstração de que o investimento para todos e todas pelo acesso à educação e esportes vale a pena.

Aqui, no coração do Rio Grande, as cenas mais marcantes, além da preguiça que certos projetos de nossos nobres vereadores nos causam, incluíram os dias do julgamento da Kiss. Difícil segurar a emoção ao acompanhar os longos debates. Um aperto no peito, fazia com que as mãos nervosas ligassem e desligassem a televisão. Impossível não imaginar a dor dos pais e mães dos 242 mortos, revivendo momentos tão dolorosos.

Destacaria como positivo, a inauguração do ambulatório trans no Hospital Casa de Saúde, que certamente irá atender (finalmente) uma demanda reprimida de pessoas que foram, até então, tida como abjetas. Outro ponto favorável foi o retorno cuidadoso às salas de aula após a queda dos casos de coronavírus. O comércio também, aos poucos, retoma o seu rumo interrompido. Entretanto, é muito importante que continuemos cuidando. A pandemia não acabou. Permaneça usando máscaras e álcool gel. Comemoremos o grande SUS, que apesar das dificuldades, possibilitou a vacinação para todos que acreditam na ciência.

Enfim, após todos esses acontecimentos que fizeram o mundo capotar, só podemos desejar que a vida volte ao normal. Feliz Ano Novo! Há esperança. Em outubro teremos eleições. Que saibamos diferenciar mentiras de verdades e que o bem sempre prevaleça.

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